A Cascada del Cioyo é uma cachoeira "perdida" em um bosque cheio de lendas no Occidente das Astúrias.
Situada no Conselho de Castropol, no povoado de Villarín, na parte alta do Rio Porcía, é uma ótima trilha no meio da natureza, onde nos sentimos entre fadas e duendes.
O início da
rota que fizemos até a cascata está perto das ruínas da antiga escola do
povoado e parece que antes havia uma sinalização, mas já não vimos nada à
entrada.
Para chegar à
cascata principal (Cioyo), temos que fazer um trajeto de uns 160 m . descendo, em mais ou
menos uns 20 min (e a volta pelo mesmo caminho, só que subindo hehehehe).
A primeira
parte é fácil e feita por uma ladeira quase em linha reta.
Depois a
coisa dificulta um pouco, sobretudo se você está sem preparo físico, como eu.
(Juro que vou tomar vergonha na cara e treinar pra correr a Volta da
Pampulha!).
Início da trilha |
Grande parte
é feita por um caminho perpendicular, estreito e cheio de pedras, e diria
que bem selvagem, se não fossem umas cordas grossas que foram colocadas como
corrimão e uma sinalização em algumas partes. Pena que tirei a foto da mata e a
trilha ficou de fora!
Mas tanto o
caminho como a cascata têm um visual incrível!
Trilha à esquerda da corda |
Casinha dos duendes! |
Chegando ao
Cioyo, há uma queda de aproximadamente 30 m . de águas claras, que forma uma piscina
natural.
A lenda da Cascada del Cioyo
Conta a lenda, que no verão, um rapaz de Villarín descia todos as tardes pra tirar um cochilo perto do rio. Uma Xana (ninfa das águas do folclore asturiano) acabou se apaixonando de tanto vê-lo ali.Numa tarde de tempestade, o volume de água à beira cresceu e levou o rapaz rio abaixo. A Xana, que estava vigiando, e vendo que o rapaz ia morrer quando precipitasse do Cioyo e batesse nas rochas no fundo, fez um encanto e criou uma lagoa na base da cascata. O rapaz sobreviveu, mas com o susto nunca mais voltou. Dizem, que se você nada perto da queda d’água ainda pode escutar o choro da ninfa apaixonada.
Para ver a
cascata desde cima, há uma trilha que dá a volta num monte, um pouco melhor que
a trilha principal, mas sem as cordas, o que me deu um pouco de medo, tanto ao
subir quanto ao descer.
Início da queda da Cascada del Cioyo |
Chegando
na parte de cim, podemos ver antes da precipitação do Cioyo, uma outra piscina e uma queda d’água, menores em tamanho, mas igualmente lindas.
Apesar de
ficar moída por 2 dias, valeu muitíssimo a pena. E claro, alguém que não esteja
tão sedentário como eu, terá menos dificuldades.
Para voltar a
Coaña, passamos pela Sierra de la Bobia e conheci o
simpático (só que feinho!) Asturcón, um
pônei asturiano que vive solto nas montanhas. De longe pareciam lindos, mas quando chegamos perto perdeu um pouco a graça rsrs
Somando-se a
isso, manadas soltas de Vaca Roxa (também
típica asturiana) e buracos na estrada, e é preciso ter um pouquinho de
cuidado. Mas outra vez, paisagens maravilhosas do alto da montanha pra limpar a
vista.
E como não
podia ser diferente nas Astúrias das fadas, duendes e bruxas, fiquei conhecendo
também a existência da Bruxa de Brañavara,
famosa em todo o Ocidente Asturiano. Encontrei este documentário em língua gallego-asturianu. É sobre a vida de
Amparo Lopez, falecida em 1997, uma senhora que vivia em Brañavara e tinha o
dom de falar com os mortos. Amparo não tinha medo de andar pelas montanhas à
noite, quando era perigoso ser atacada por lobos, e andava com um lampião à
gás, mas o fogo não se apagava nem com o mais forte vento. Ajudava as pessoas
sem cobrar nada. O remédio que ela receitava para resolver os problemas das pessoas atormentadas
que a procuravam, era mandar rezar uma missa para o inquieto falecido.
Aí abaixo está o documentário.
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Asturies! - terra de muitas lendas!
Lidiane, seu blog está ótimo.
ResponderExcluirJulia
Muito obrigada! Bjin!
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