Caramba,
já faz um tempão que quero escrever sobre Gante, já tinha até me esquecido! Antes
tarde do que nunca.
Gante
(em holandês, Gent), é a capital da
província de Flandres Oriental, na Bélgica. Cidade flamenga com o maior número
de edifícios históricos, está situada num lugar privilegiado entre as mais
famosas cidades belgas, Bruges e Bruxelas, a 50 km . de cada uma delas.
Em
tempos antigos, Gante foi um arquipélago com 72 ilhas. Do ano 1000 ao 1500, foi
uma das maiores e mais importantes
cidades da Europa, só menor que Paris, ao norte dos Alpes. Seu declínio iniciou-se
em princípios do séc. XVI, Gante perdeu seu acesso ao mar e a população se
reduziu à metade.
Aqui
vou fazer uma comparação com Bruges: Gante tem mais jeito de cidade atual, mais
dinâmica, apesar da grande quantidade de
edifícios medievais. Bruges parece mais aconchegante, mais arrumadinha. Outras
semelhanças são os estilos arquitetônicos, as bicicletas quase nos atropelando e
os canais com passeios de barco.
Posto para comprar entradas para o passeio de barco. |
Gante
é cidade universitária, dos quase 250 mil habitantes, 45 mil são estudantes.
Isso faz com que a cidade seja animada, abrigando importantes festivais de
música, cinema e teatro. Um festival muito importante é o Festival da Luz, onde
os edifícios e monumentos são todos iluminados com efeitos especiais.
Nosso
passeio foi feito num dia, infelizmente não entramos em nenhum lugar e
seguramente ficaram muitos lugares interessantes por conhecer. Mas ver tudo por
fora valeu a pena.
Como
já faz um tempinho que fomos, não me lembro muito bem a sequência do que vimos,
então um bom lugar para começar o relato é pela Ponte São Miguel (Sint-Michielsbrug). É o único lugar de
onde podemos ver as famosas três torres da cidade perfeitamente alinhadas. São
elas: Igreja de São Nicolau (Sin-Niklaaskerk),
a Torre Belfort e a Catedral de São Bavo (Sint-Baafskathedraal).
Igreja de São Nicolau (Sir-Niklaaskerk) vista da Ponte de São Miguel. Atrás, Torre Belfort. |
É
possível subir as três, e dizem que as vistas são lindas.
Na
Catedral de São Bravo, está uma das obras-primas da
pintura mundial mais cobiçadas, inclusive por Napoleão e por Hitler -“A
Adoração do Cordeiro Místico”, dos irmãos Van Eyck.
A
partir de 2012 foi iniciada a restauração da obra, que será feita ao longo de 5
anos. A restauração pode ser acompanhada ao vivo, no Museu de Belas Artes, mas
na Catedral permanecerão sempre dois terços da obra original. Quem tiver
curiosidade, pode assistir o filme “The
Monuments Man”, que estreou em fevereiro de 2014, com George Clooney e Matt
Damon, e que conta a história de um grupo de especialistas/soldados aliados que tenta recuperar
várias obras de arte roubadas pelos nazistas, durante a 2ª Guerra.
Por
ali, nas redondezas, está também o Pavilhão Municipal Stadshal, com sua estrutura de concreto vidros e madeira, um espaço
para apresentações culturais. No subterrâneo funciona um café, o Belfort
Stadscafé.
Ao
lado da Torre Belfort está o lindo prédio da Prefeitura, de um lado, em estilo
gótico e do outro, renascentista.
Outro
lugar lindo para conhecer no centro da cidade, é o Castelo do Condes (Gravensteen). Construído no séc. XIII,
teve várias utilizações, desde casa dos Condes de Flandes, Casa da Moeda e prisão. Atualmente, podemos visitar suas
torres com escadas sem fim, seus calabouços frios e o Museu de Instrumentos de
Tortura.
O
Posto de Informações Turísticas funciona numa praça ao lado da entrada do
Castelo.
Ao
lado também está o Groentemarkt, onde
é possível comprar vários produtos típicos, dentre eles, o presunto Ganda.
Mercado de Carnes - Vleeshuis |
Para
almoçar, fomos ao bairro Patershol, o
coração medieval da cidade. Os seus becos e ruas estreitas estão cheios de bons restaurantes. Fomos ao Amadeus - Gent I. Por 15€ por pessoa,
comemos costelas de porco com batata assada à vontade. O garçon passava a todo
momento perguntando se queríamos mais. Bebidas não incluídas, mas pelo preço que
foi, estava barato. Comer na França e Bélgica é bem caro.
Ainda
nesse mundo dos comes-e-bebes, procuramos algum bar para apreciar alguma das
famosas cervejas belgas.
Fomos
à taberna De Dulle Griet. A decoração
é um pouquinho macabra (só um pouquinho! é poque tinham muitas bruxinhas
enforcadas), mas eles oferecem mais de 250 opções de cervejas. O mais legal de
tudo é quando alguém pede a Max Van Het
Huis. O garçon toca um sininho e coloca um pé de sapato da pessoa num
cestinho. O sapato só é devolvido em troca do copo da cerveja.
Como
estivemos na cidade por pouco tempo, não deu para ser muito detalhista, mas ainda assim há muito o que ver. Amei a cidade, e se tivermos a oportunidade, quero voltar para ver outras atrações.
Grande Canhão (Grootkanonplein) - Esse canhão de 12500kg. construído na primeira metade do séc. XV é conhecido popularmente como Margarida, a Louca (Dulle Griet) e nunca foi disparado. |
Não fui mas adorei.
ResponderExcluirVisitei a taberna De Dulle Griet, tomei a cerveja num copo de 1,20 lts, gostosíssima, minha bota ficou no balaio suspenso (caução pelo copo) adorei me senti no século XVII.
ResponderExcluir:D É muito legal essa experiência! Não consigo beber essa quantidade de cerveza, mas fiquei até alguém pedir uma pra ver e o ambiente criado parece mesmo de voltar no tempo!
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