O tradicional bairro Cimadevilla em Gijón, norte da Espanha


Há alguns anos (2013), recebi a visita dos meus papis e minha sobrinha fofa, que  trocaram a minha quentinha BH por alguns dias no frio do inverno asturiano. Dentre os passeios, fomos a Gijón (Xixón, em asturiano), a cidade mais povoada das Astúrias e casa do time de futebol do maridão, o Real Sporting Gijón.

O nosso passeio se concentrou no tradicional bairro de pescadores e o mais antigo da cidade, o Barrio de Cimadevilla (ou Cimavilla), uma pequena península onde a cidade nasceu lá pelo século V.
Suas ruas empinadas com as casinhas com fachadas coloridas são testemunhas da história e da cultura de Gijón: desde suas termas romanas até o monumento vanguardista no topo da colina.

No final do post há um mapa com o caminho que fizemos. 

1 - Começamos pelo oeste, pela Playa de Poniente – é uma praia artificial com uns 500 metros, criada na metade dos anos 90, e fica entre os estaleiros e o clube náutico. Suas águas são bem tranquilinhas e o acesso é bem fácil, inclusive para pessoas com dificuldades de locomoção.

2 – Passando pelo clube náutico, chegamos à Plaza Mayor e começamos a subir o bairro por dentro do bairro. Muitas casinhas antigas e coloridas. Tudo muito limpinho e bem cuidado. Aqui vale a pena ir explorando os cantinhos e ruelas. E fomos subindo e subindo...

3 – Já na parte alta, chegamos no Cerro de Santa Catalina. É uma antiga base militar que foi recuperada em 1989 e transformada em parque. Parece até as casinhas dos Teletubbies (quem não se lembra? Tinky Winky, Dipsy, Laa-laa e Po). Na parte leste do parque estão restos de uma muralha romana.


Ao fundo, e mais à direita, está a Playa de San Lorenzo.

4 – Subindo só um pouquinho mais, nos deparamos com uma impressionante vista do Mar Cantábrico, bem à nossa frente. De um lado, a Playa del Poniente, e de outro a Playa de San Lorenzo. Atrás, as casinhas antigas de Cimadevilla.

E desse ponto, temos uma das obras mais emblemáticas da cidade, El Elogio del Horizonte, criada em 1989 e que simboliza a união entre o céu e a terra, que podemos verificar quando olhamos o horizonte através dela. Essa escultura de 500 toneladas de concreto e 10 metros de altura, também serve para dar ao observador a consciência da escala humana com relação ao cosmo. Devido à sua forma, os moradores deram à obra um apelido engraçado: alguma coisa como "Penico do King-Kong". E mais uma surpresinha guarda essa obra. Se pararmos no centro, podemos escutar um efeito sonoro, como se as ondas do mar rompessem bem ali.

El Elogio del Horizonte, Gijón
Aqui podemos observar o esqueleto da antiga base militar

5 – No lado oeste do parque, há umas instalações esportivas com pista de skate e quadras.


6 - Descendo do parque, voltamos às imediações do clube náutico, onde está a Sala de Exposiciones de la Antigua Rula. Antigamente funcionou como mercado e depois como centro administrativo do porto, mas hoje abriga todo tipo de atividades culturais relacionadas com o tema marítimo-portuário.




7 – Atravessamos de novo a Plaza Mayor. Aqui funciona o Ayuntamiento (Prefeitura) e é rodeado por edifícios antigos, com lojinhas de presentes bares e sidrerias. Durante o ano, a praça recebe vários eventos, como shows, feiras artesanais e eventos de dança asturiana.

8 – Já na parte leste de Cimadevilla, está a Iglesia de San Pedro, do século XV e em estilo gótico.

Um pouco antes, estão as Termas Romanas de Campo Valdés, um dos restos romanos mais importantes do norte da Espanha, construídas entre finais do séc. I e início do séc. II. Junto aos restos, foi construído um museu, que dá uma visão completa do funcionamento, importância e história das termas em Gijón. Não visitamos, mas pra quem quiser maiores informações, o site é esse: http://museos.gijon.es/page/5279-termas-romanas-de-campo-valdes

9 – Finalmente, Playa de San Lorenzo. Com uma extensão de uns 1500 metros, está muito bem equipada pra atender aos banhistas. Perto há banheiros públicos, estacionamento (pago), duchas, acesso para pessoas com dificuldade de locomoção, barzinhos... É uma praia com ondas mais fortes, mas no verão conta com salva-vidas. O que acho interessante é que encima está o passeio marítimo e o acesso à praia é feito por rampas e escadas. Quando a maré sobe, invade toda a areia, e nos dias quentes, o que muita gente faz pra aproveitar ao máximo o sol, é deitar no passeio marítimo. E as ondas rompendo na muralha também é bem legal.


Ao fundo, Iglesia de San Pedro. À direita, Playa de San Lorenzo tomada pela maré alta


(Foto: Reproduçao)


Pode parecer um passeio cansativo, mas não é. Com uma tarde fizemos esse caminho. Mas é bom tirar um dia inteiro pra visitar museus e tomar uma sidra tranquilamente. Vale a pena!

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